segunda-feira, 23 de abril de 2007

Maios: Tradição estúpida ou conspiração?

Já toda a gente conhece os maios, aqueles bonecos que parecem espantalhos ricos expostos no 1º dia do mês com o mesmo nome (se calhar Fevereiro...).
Por muito que tente compreender as tradições, há coisas que realmente nunca vou perceber e isso até pode ser bom.

Custa-me a perceber a esperteza de fazer bonecos a imitar gente para exibir para as pessoas que passam na estrada, se souberes de alguém interessado em explicar:
a) Pede-lhe para me elucidar;
b) Explica-lhe que realmente há coisas mais interessantes na vida que bonecos a imitar gente, com a excepção única da querida Lola;
c) Dá-lhe um par de estalos e diz-lhe que precisa de ajuda de profissional;
d) Todas as anteriores.

Não estou com isto a desprezar a cultura inerente a essas figuras tão místicas de uma tradição como esta, apenas acho que, como diria o Professor Chibanga, "é estúpido!".

O tempo dispendido a realizar estes bonecos poderia ser utilizado de formas tão melhores de embelezar a paisagem, como por exemplo apanhar lixo do chão que se vê em todo o lado ou mesmo (apenas para as miudas giras, se bem que não devem ser muito espertinhas senão de certeza que iriam ler livros ou fazer alguma coisa útil com o seu tempo além de brincar com bonecos) mascarar-se de boneca em bikini. Ou de boneca em não bikini...

É claro que eu, ser paranóico e com uma imaginação muito fértil, ou como diria o Professor Chibanga, "estúpido", acho que aqui há gato. Ou boneco...
Vamos ver os factos:
- Portugal está no top dos países com mais acidentes na estrada, nem vale a pena discutir para já os motivos.
- Quando estes totens de parvoíce são exibidos, a atenção dos condutores deixa de incidir no essencial telemóvel, no puto no banco de trás, no autorádio, num livro (sim já vi gente a ler e nem foi um caso isolado) ou no raio que os parta, passando a focar-se nos malditos bonecos.
- Estes bonecos não são capazes de cumprimentar os transeuntes nem tampouco retribuir uma cordialidade, sinal que não devem estar ali muito bem dispostos, provavelmente revoltados com a falta de um sindicato. OK isto já é uma interpretação, não um facto. E...?

Ligando os pontos todos, de certeza que qualquer um chegaria à conclusão mais que óbvia: Aqueles bonecos satânicos, primos afastados do Chucky, estão ali para perturbar o bom funcionamento do trânsito português, tentando aniquilar-nos por completo através da destruição do nosso intelecto (se não percebeste logo a ligação do nome de maios ao mês, podes continuar a ler na mesma) e aumentando a taxa de mortalidade nas estradas para total, ou seja, por cada carro que circule, 3 serão destruídos e 4 vão despistar-se e causar danos morais, porque depois de um acidente a moral do condutor fica sempre abalada.

O meu conselho, se é que me permito, uma vez que isto é o meu blog e nele sou o Senhor Supremo e dono da verdade absoluta até isto ser cancelado, é dar-lhes desprezo. Ao reparar que essa abordagem não resulta, são arrumados em qualquer lado e dão lugar aos outros maios, que costumam andar por aí o resto do ano.
Bonecos!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

The Unnamed feeling



Este não é suposto ser um post giro. Nem sequer estou a escrevê-lo por estar irritado com alguma coisa.
Gostava de perceber que natureza será a minha que tanto me dá para ser dócil e meigo com toda a gente, mesmo aqueles que já me fizeram mal intencionalmente, como a seguir me transformo e não vejo nada sem ser raiva.
Na verdade, acho que sempre fui assim, mas cada vez mais esta minha faceta tem causado transtornos no meu dia-a-dia, como que a rasgar para a superfície, tornando-se cada vez mais evidente.
O cúmulo foi hoje, em que estava muito bem, acabei a tarde a beber uma cervejola com uma amiga, não haveria qualquer motivo para estar atrofiado.
Errado! Bastou um otário qualquer na estrada fazer uma asneira à minha frente para sentir logo algo a borbulhar dentro de mim, já não era eu.
Poderia tentar explicar isto como demónios interiores, mas nem eu sei o motivo para tal, simplesmente acontece e infelizmente cada vez com maior frequência.
Esta música descreve bem o que se passa dentro de mim, é só escutar:



Para toda a luz há uma escuridão, para cada ínfima porção de bem há um pouco de mal, nem mais, nem menos. Devo realmente ser muito bom porque o que me passa cá dentro é perverso, mau no verdadeiro sentido. E isso não me agrada.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

És uma porreira!

Chupa na tola
Faz carambola
Leva na cona e no cú...

Quem faz o broche é a Lola,
Se ela não faz, fazes tu!



Bem hajas Lola!

sábado, 14 de abril de 2007

Medo? Sim...




Porque optas por fugir?
Porque te escondes no segredo?
Diz-me o que estás a sentir,
Qual a causa desse medo.

Não devias ter nada temer...
Agora que não sou teu
Sabes o que acabas de perder.
Quem tu conheceste morreu
De tanto lhe fazeres sofrer.

Com o tempo curo as feridas,
Sem te perdoar essas partidas,
Não me arrependo do que fiz,
De te tentar fazer feliz.

Algum tempo já passado,
Ainda incapaz de perdoar,
Sinto-me de novo abençoado,
Com a vontade de arriscar
Sem medo de ser magoado.

E, se mesmo assim,
A vida voltar a correr mal,
Vou dizer para mim:
Levanta os cornos, animal!

Diamonds and Pearls

Até aqui este espaço tem sido banal. Sem recorrer a menções a maminhas, sem nada de novo ou útil, apenas divagações sem nexo. Azar.
No entanto, considero que tem havido uma evolução interior. Passo a explicar:
Tenho conseguido canalizar a agressividade que me caracteriza para a escrita de uma forma mais racionalizada. A pouco e pouco vou desenvolvendo as minhas ideias de forma verbal mas com uma figura ainda imperceptível, sinal que ainda há muito caminho a percorrer. Como sempre.



No outro dia vi-me como uma ostra e nem foi pelo conceito de uma pedra com uma escarreta lá dentro, mas pela interpretação metafórica que lhe associei, uma casca dura mas frágil a proteger um interior apetecível aos predadores, a capacidade de transformar uma ferida numa pérola, forma da Natureza nos ensinar uma lição de como o que hoje nos fere amanhã cicatriza e depois nos tornará mais valiosos.

Hoje vejo-me como um bocado de carvão. O carvão é áspero, sujo e opaco. Sujeito a pressão modifica-se e torna-se diamante, muito mais valioso, de uma dureza ímpar e capaz de reflectir a luz de uma forma límpida, divina.

Em circunstãncias normais, em que o ambiente está estagnado, tranquilo, onde os mais conformistas se sentem descansados ou mesmo realizados, não há nada que possa causar a mudança do carvão nem a ferida da ostra.

É perante a adversidade que nos tornamos mais duros, mais brilhantes, mais preciosos.

Assim, quando outro diria basta, eu digo mais, confiante na minha força interior, no meu carácter e na minha perserverança para mostrar o quanto posso ser mais brilhante que os outros bocados de carvão, por ser mais valioso que as outras ostras.

Venham de lá os desafios!!!

segunda-feira, 9 de abril de 2007

His name is Robert Paulson

"I found freedom. Losing all hope was freedom"
The Narrator, Fight Club



Hoje acordei e pensei numa coisa, sabão! Se não conheces o filme, não entendes. Basta dizer que me sinto bastante contestatário, em relação a tudo e mais alguma coisa, principalmente em relação a mim. Esta sensação de impotência, de dar o melhor de mim e ver que o melhor não chega.
Há muito tempo rejeitei o conceito monoteísta de um deus absoluto no que me parece hoje um dia de sabão. Afinal, para que serve o aperfeiçoamento pessoal com o objectivo de tornar a vida no geral melhor para todos, uma espécie de socialismo existencial, quando ser parvalhão é que dá as cartas, quando uma pessoa honesta trabalha e morre honesta e pobre, quando a desgraça se abate sobre os teus e esses são melhores que podes alguma vez esperar...
Parando com a choraminguice, passando ao que realmente queria deixar para a posterioridade inútil e pegando na ideia que eu agarrei ao ver o Fight Club, é tudo supérfluo. Até nós, ínfimas formiguinhas obreiras, sempre irrequietos dum lado para o outro como se nada mais além do nosso buraco existisse.
Sonhamos com vidas muito felizes, com grandes empregos, com viagens, com objectivos formidáveis.
Confesso que gostaria de ter sido milionário ou mais utópicamente gostava de provar felicidade. Tanto que por vezes imagino com tanta vontade que até penso que a estou a viver. Quando pensas "isto é bom demais para ser verdade", então é porque estás a sonhar. Hey, sonhar até é bom, o mal é quando acordas, pode dar-te para pensar em sabão...

domingo, 8 de abril de 2007

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Poesia Montanheira

Numa das minhas divagações dei de caras com esta foto, ao que parece este azulejo mora em Alte (para os que não conhecem, no Algarve).


Este homem quando escreveu isto estava completamente alucinado, provavelmente depois de mamar uns medronhos daqueles terríveis. Só pode. Mas que ficou um espectáculo, isso sem dúvida.
O Homem é um animal, parte da Natureza e de um todo. Com o tempo perdemos esta capacidade de ligar a estes pormenores, de escutar a voz dos rochedos e das águas.
Quando alguém diz que as escuta, chamamo-los de loucos ou alucinados, como eu fiz, afinal se eu não oiço nada é porque não há mesmo nada a ouvir...
Ou há?


"If the doors of perception were cleansed every thing would appear to man as it is, infinite." William Blake

terça-feira, 3 de abril de 2007

Introdução ao animal

Reconheço que o meu talento para a escrita já foi melhor.
Também admito que foi um dos motivos pelos quais decidi criar este blog.
Sou bicho de rosnar muito mas no que toca a grunhir fininho é sempre mais difícil, se bem que toda a gente por vezes tem alguns momentos de inspiração.

Arregaçando as mangas para ver os pêlos dos braços e começando a falar de mim superficialmente, tal como de um ritual se tratasse, sou um jovem do seio (não vou falar de maminhas ainda, calma!) de uma família impecável, frequento um curso do ensino superior (a quê mesmo?), trabalho e ainda tenho a mania que gosto de aprender coisas.
Aprofundando mais um bocadito, a minha orientação religiosa é bastante liberal, acho que se acreditas em alguma coisa e isso resulta para ti, muito bem, desde que não queiras ser detentor da verdade absoluta. O mesmo resulta para a política, tolero quase todas as escolhas menos as extremistas/totalitaristas. Até podia gritar Viva a Liberdade mas podia ser confundido por um revivalista do 25 de Abril. Foi um marco essencial mas veio tarde e já está desactualizado, precisavamos agora de um 26 de Abril para dar seguimento.

No que toca aos temas a abordar, maminhas (a minha obcessão), artes marciais (quase tanto quanto maminhas) e muitos plágios por aí, talvez deva ir pensando num advogado. Como ando numa onda (pseudo)intelectual, pode aparecer praí umas coisas que se assemelhem vagamente a poesia, mas também receitas culinárias, links e/ou imagens que me agradem e deseje partilhar contigo (na verdade ninguém deve ler isto, mas eu dou-me ao trabalho porque sou estúpido).

Finalizando, para dar um toque de utilidade aos bits e bytes que tou a gastar da internet, deixo uma coisa que me acompanha sempre, uma espécie de conselho, um sermão de Santo António aos peixes:

Em tudo o que faço, em cada segundo da minha vida, dou o melhor que está ao meu alcance.
Pode não ser nada de especial, posso até agir mal ou estar errado, mas vou sempre à luta de peito aberto com a melhor das intenções. Também tento ser um gajo porreiro apesar de muitas vezes não parecer.
Experimenta!

Prefácio



Não faz sentido!

Tal como um wookie a viver em Endor, também este blog não faz sentido.
Aqui escrevo as minhas ideias, opiniões e outras porcarias sem importância que na altura me passaram pela cabeça, o que leva a prever algumas calinadas e muitos palavrões.
Não tenho qualquer compromisso nem sequer intenção de ser polido, cortês, políticamente correcto nem coerente, isto é um diário electrónico e não uma peça de literatura séria. Querem literatura vão ler livros, há gente que ganha a vida com isso.
Convido-te sim a participar, nem que seja para desdizer e atirar lenha à fogueira, quase como um fórum, um brainstorm se quiseres...
Uma coisa posso deixar já assente, tudo o que aqui escrevo será com a melhor das intenções ao alcance do animal que sou eu, a intenção nunca é ofender ou insultar alguém.
Dito isto e se ainda assim tens intenções de continuar a gastar tempo a ler isto, ao menos avisei...